Encontro com um estranho...

entraste na minha cabeça, andas por aqui às voltas é um labirinto não conseguirás sair com facilidade. procura a luz...


encontrei-te mas tu não me vês, chamo-te mas tu não me ouves. Onde andas tu? procura a luz...


como entraste? como é que eu não te impus a barreira inexpugnável da indiferença, na qual sou tão perita? porque é que contei a minha vida toda a um estranho sem nunca pensar que o fosses? porque é que eu tive a sensação que já te conhecia? porque é que cada vez que eu grito a plenos pulmões aos sete ventos que não quero uma coisa ela entra descaradamente na minha vida e eu fico impávida e serena a ver? porque é que eu continuo a insistir em gritar contra o vento? não funciona...


quero te abraçar mas já não te vejo, procura a luz... para sempre aqui vais ficar, preso nos meus pensamentos e ao meu sonho de ser ubíqua, de estar em todo o lado e ao mesmo tempo não estar em lado nenhum. Para sempre fica uma tarde à beira rio e as luzes de lisboa ao fundo. Para sempre fica o calor do sol num dia frio e o som da chuva num dia errante. Para sempre ficam aqueles que conseguem arrancar um sorriso daqueles que se acham impenetráveis.



Escrevi este texto quando acabei de ler o Para sempre do Virgilio Ferreira (já há 3 anos pelo menos)


Hoje enquanto procurava outra coisa encontrei-o, apesar de um pouco lamechas tá melhor do que a minha escrita chata e aborrecida de que até a morte em pé fugiria!


Peço desculpa a todos os meus saudosos leitores pela minha prolongada ausência ;) e de comments também.


(Cris que melhor figura para ilustrar isto senão dois "postes" abraçados (desculpa a minha falta de vocabulário nautico))